quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Autch.

Andamos a rastejar uns tempos, levantamo-nos corcundas e sacudimos a roupa. Vamos ver os estragos ao espelho: ninguém diria, pensamos. Limpamos toda a terra da cara, a não ser a que não sai do olhar ( por mais que esfreguemos ). Lembramo-nos que temos uns pensos rápidos esquecidos lá num canto e regamos tudo com um boa dose de água oxigenada. O azar é que alguns pensos não colam bem, a água oxigenada faz efeito só na altura do uso ( ingestão ) e transborda tudo outra vez ( do copo e do peito ). Não seja por isso, mudamos de roupa na pressa de mostrarmos ao(s) outro(s) que estamos novos, a brilhar ( por fora ). E como nem tudo é ouro, o pano cai mas não há aplausos nem nos pedem encores.
Perdemos tanto de nós a limpar as confusões dos outros, sem sequer ter direito a uma palmadinha nas costas. Tantas pragas rogadas pelas desilusões involuntárias e quando olhamos para nós, estamos a viver numa pocilga emocional. Resolvemos os outros, mas esquecemo-nos de tratar de nós. E pior do que o que vem de fora, é  desiludirmo-nos com o que temos cá dentro.

4 comentários:

  1. Adorei este texto, mas rapariga, tão perto do Natal e do Novo Ano, não penses no que te preocupa mais...pensa no que podes fazer a partir de 2011 para o mudar. Pensa positivo, e vive esta época com um sorriso nos lábios. Até porque se vivermos a sorrir, atraímos coisas boas. :)

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  2. Felizmente nunca me senti assim... mas deve ser complicado bater no fundo.

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  3. Porra, isto poderia perfeitamente ter sido escrevinhado pela minha caneta. Bingo.

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  4. É nesses momentos que temos de ser egoístas e pensar tratar primeiro das nossas feridas, antes de podermos sequer pensar em tratar das dos outros :)

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