sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ó Sô Dona Rita, cabeleireira aqui da minha pessoa.

Pode massajar-me a cornadura e aparar a juba, sem problema. Mas não estava à espera de uma pergunta tão íntima no fim: "Tem os três?". A modos que portanto, acho que a última vez que os vi foi na Serra da Estrela. Devem andar por lá a esquiar e a comer queijo.

Dito isto, comunico ( oficialmente, para quem ainda tiver dúvidas ) que a minha sanidade mental foi à vida. E tendo em conta que é sexta, deve ir passar o fim de semana fora.  

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tenho de abrir o armário, a ver se arejo os esqueletos.

Só ia realmente perceber a extensão dos estragos muito tempo depois. A surpresa é pouca, o cenário é caótico. Não saio de casa com armadura, mas os bolsos vão com pedras. Nunca se sabe quando vão ser precisas. Nunca se sabe se vou ter de magoar antes que me magoem. Não me posso distrair e ficar sem munições. Não é que não queira, mas não posso. É uma questão de sobrevivência. Eu ou tu. Já escolhi um outro tu e recordo-me demasiado bem para o meu bem. Nas palavras de uma vizinha, "começo agora a perceber o que significa fazer-me as vontades". E as vontades variam consoante o dia da semana, a música que ouço, o tempo, o copo que tenho na mão, a roupa que trago no corpo, o livro que leio, até mesmo o verniz.
E ando cansada desta carneirada  pseudo responsável, com um plano de vida traçado ao segundo e que, no fundo, são marionetas tristes. Antes cortar os fios e aprender a andar outra vez. Sem carris. Sem respostas politicamente correctas. Sem o que é suposto ser para quem estiver a ver. O que é suposto ser sou eu. Eu a dizer-te que sou uma besta descrente. Que comigo não te dês ao trabalho que vai ser pior. Que não tenho pretensão de encarnar nenhuma personagem, seja boa ou má, intrigante ou desajeitada. Que não estou aqui por mais ninguém do que por mim. Que vejo o que isto é. E só é se eu me quiser fazer a vontade, tarefa epicamente difícil. Ambos sabemos de onde vêm os golpes, a faca dorme debaixo da almofada. O cheiro do teu pescoço é que estragou tudo. Vai correr mal. Só não sei quando é que quero que corra mal. E ainda não decidi se isso é necessariamente mau.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

How can I put it so you understand? I didn't let him hold my hand.

A minha tendência é temperar tudo com sarcasmo. Tenho sempre propensão a fazer uma piada parva e ( muito frequentemente ) badalhoca. Sou assim e não queria ser de outra maneira. No entanto, o homem rude da cidade ( que diz palavrões, arrota e é céptico comó raio ) deve estar a invadir rapidamente e em força o que resta do meu cérebro. Está a ficar mais bronco. O buraco que trago no peito está com a infecção muito mais ( cada vez mais ) controlada. Ainda pesquisei se havia um coração à venda no ebay, mas é coisa rara de se arranjar a bom preço e de boa saúde. Dava-me jeito, já que o outro bateu a porta do curral e pôs-se na alheta. Começo a ponderar pôr aqui um relógio de cuco, um snickers ou uns tampões para emergências. Só para a casa não ficar vazia. Mas estou a divagar. A questão é que quando quero escrever sobre algo mais sério, não o sei dizer de uma forma decente. Não me soa bem, talvez por causa das condições acima descritas. Mas o que eu quero mesmo dizer ( e que se foda como soa ) é que um dos gestos mais íntimos entre duas pessoas é o dar as mãos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Vamos lá repôr a ordem no Universo

 - Não sou uma tipa leviana. No entanto, acho que da última vez que bebi uns canecos disse que ser uma era uma das resoluções para 2011. 
- O Lidl não patrocina este blog. 
- Hoje nem com três de mão na tromba ficava com um aspecto decente. 

Acho que ando a beber de mais e/ou a dormir de menos.

Ontem, antes de sair do trabalho, desliguei a aparelhagem e apareceu a mensagem "Goodbye". Longe de ser mal educada, acenei naturalmente ao equipamento. Só dei conta da bronquice já estava porta fora. 
A minha vida tem mudar, mas já não vai ser esta semana.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Não me proponho a exame tão cedo.

Fiz uma licenciatura, mestrado, doutoramento, estágio profissional sobre o sexo oposto em particular. O mercado de trabalho ficou lixado e perdi o emprego. Descontei uma carrada de anos, mas sem direito a indemnização. No entanto, não sou gaja para desistir de me cultivar. Tendo em conta que a última vez que estive solteira foi em 1919 ( estava o azeite gallo a começar a cantar ), recomecei os estudos sobre o sexo oposto em geral e tenho muita matéria em atraso. Há novos organismos que me fazem coçar a mioleira e dizer que, no meu tempo, esta merda não era assim tão parva:

- Espécimes que parecem muito cool,  são difíceis de identificar a olho nu ( matreiros, jogam um bocado à bola sem bola ), demoram 3h30 a atar ou desatar e depois estragam todo o cenário com pérolas deste género: "não se pode mostrar muito interesse, se não não ia acontecer nada." 
Agora são donzelas distantes que precisam de ser cortejadas delicadamente? Se calhar, só se calhar, levam um chuto no cu e ala que se faz tarde que atrás vem gente ( no sentido literal e figurado ).

- Espécimes que, com alguns copos em cima, partilham o Top 5 dos defeitos que têm. 
Nos tempos idos da minha juventude, os marmanjos tentavam era acentuar as maravilhosas qualidades que possuíam. Aparentemente, com a crise, agora anda tudo deprimido e o que é bom é caro então bora lá, publicitar os podres. Por exemplo: egoísta, egocêntrico e outros que se deixa de ouvir quando se começa a limpar os ouvidos com uma cotonete que andava perdida na pochete.

- Espécimes com pinta mas sensíveis: tudo quer dizer algo. Mesmo quando se cheira o sovaco a ver se o bedume está controlado pode significar que já não estamos a dar-lhes atenção e que vamos fugir com o Zé dos nabos.
"Afonso Maria! Afonso Maria! Os seus testículos foram encontrados perto do balcão. É favor dirigir-se ao mesmo para os reaver, sob pena de continuar o resto da noite a chorar enquanto se lembra que, quando era uma criança fofa, a mamã não vinha aconchegar o cobertor e isso lhe criou uma falta de confiança incrível cada vez que vê um par de mamas."

- Espécimes que acham que estão a controlar a situação e que ficam extremamente incomodados quando são confrontados com demonstrações da emancipação feminina.
Noutra dimensão, já se percebeu que macho que é macho, anda solto na Savana a caçar a gazela cheio de confiança e que quando lhe afinfa, ela está tão distraída que nem tem tempo para dizer "oh, onde me vim meter? Eu que estava à procura do amor verdadeiro, a querer sentir fadinhas e falar com árvores e agora fui surrupiada por este pecador, nem dei por ela. Chiça!" ( as gazelas são seres muito emocionais, puros, inocentes e gostam de ver a Floribela ). Santinhos... não, pá. Fiquem com essa ilusão mas se vos dizem na cara "não, quem está a abusar de ti sou eu", é boa altura para aceitarem que o coelho da páscoa não existe.

Conclusão preliminar: os homens estão cada vez mais mulheres. Andam uns coninhas por tudo e por nada. Graças às saladas enlatadas do Lidl, não tive contacto directo com todas estas variações mas tenho tido acesso aos apontamentos de colegas nesta faculdade que é a vida de solteira. Sim, o mundo está perdido. Não, não serão todos assim ( vou acender uma velinha aos crepes orientais do Lidl para me dar fé ). Há a probabilidade da pouca massa cinzenta que habita a minha tola estar a adoptar características dominantes de um homem rude da cidade, que diz palavrões, arrota e é céptico como o raio. Isto tudo, mas com umas pernas jeitosas e sedosas. 

Foi tal e qual #2 ( tirando eu não ser loira, não ter olhos claros, ter mais 8kg e mais pinta. Também não aconteceu no meio da rua e não fui a correr tola para o home, que coitado ainda ficava com falta de ar de levar com os meus peitos a esta velocidade. Ele não é tão giro nem tem cabelo castanho escuro e a puberdade já lhe passou pela cara. Nada contra carinhas rabinho de bébé, mas uma boa barba para fazer comichão é algo para me comover. E já que este vai ser o título mais longo da história deste blog, peço desde já desculpa pelo gif ter a gaja dos vampiros com ar de quem está sempre com prisão de ventre, mas tinha tanto a ver com o que aconteceu que não deu para evitar )

Atentem naquela mão a afagar os cabelos. 
Tiraram notas? Óptimo, é que não duro para sempre.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Em repeat

Everybody's ever felt lonely snap your finger
Everybody's ever felt lonely...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Adenda ao post anterior

Não abona mesmo nada a meu favor não me ter ocorrido ( LOGO ) arranjar um moçoilo acessível a quem saltar à cueca, certo? Posto isto, era um desfribilador para a mesa 6!

A expectativa em relação à minha vida amorosa e libidinosa é enorme.

Ofereceram preservativos algures nos becos escuros onde ando ( não, não sou prostiputa ). Pensamentos loucos e calientes que podiam ter assolado a minha mente:

a) "Vou raptar o Colin Firth, barra-lo com nutella e ele nem vai saber de que terra é! *uivo dilacerante*"
b)  "Eeeiiiiiii, que fixe! Vou pôr um na cabeça e enchê-lo como um balão à la Fernando Rocha!"
c) "Sempre quis fazer um workshop de enchidos, acho que isto é um sinal!"

O que realmente aconteceu:

"Aleluia, são válidos até 2015! Yessssssssssssss, há realmente a possibilidade de os usar antes de terem de ir para o lixo!"

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Live and let die

Listen I can't fight your demons
'Cause I'd have to fight you
'Cause they're so far inside you
And I just can't seem to get through.
It ain't none of my business, ain't none of my place
But still I had to try.

Obrigado Paulinho, é um bom mote para 2011

Estou cansada de ser o Chuck Norris ( com menos buço, claro ), que tenta resgatar os camaradas para os lados do Vietname. Não me apetece andar carregada de munições, metralhadoras e explosivos. Sofro das cruzes e, normalmente, as viagens são longas. Chego lá e já não sei bem se ainda são camaradas ou se já se passaram para o outro lado. Toma lá emboscada e as granadas acabam a explodir-me nas mãos. É desagradável, ninguém me paga para isso. Já tenho idade para perceber que algumas pessoas não querem ser salvas. E o que é de mais, enjoa. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Engate negativo ou 1% da culpa é da Nervosa e 99% é minha, que pirei de vez ao dar-me ao trabalho de fantasiar o meu envolvimento com um candeeiro. Tirando isso, sou um óptimo partido. Qual é a dúvida, pá??

Há momentos em que sentimos uma atracção cósmica ( "nem sabes dançar decentemente" ), algo nos seduz como nunca antes ( "que cara de poucos amigos" ) e tudo o que nos rodeia parece desaparecer quando vislumbramos o objecto do nosso desejo ( "nem sei porque é que vieste se estás aí sentada" ). Fiquei embaraçada, normalmente nem é nada o meu género ( "tens mesmo mau feitio" ) mas não consegui lutar mais. Olhei para ele, para o seu tronco tonificado e bem trabalhado ( "é verdade, mas não fiques chateada" ) e para a  sua cor morena matte. Não tinha nada a ver comigo mas imaginei como seria tocar-lhe na franja sedosa e clara ( "fogo, não sei como é que alguém te atura mas podias dar-me o teu número" ). Tinha ar de ser bem mais velho, com ar experiente de quem já tinha servido em muitos quartos e salas ( "és mesmo antipática" ). Sabia que devia ter imensas histórias para me contar ( "agora a sério, és horrível mas já me davas o teu número" ) e que se me envolvesse com ele, o resultado ia ser eletrizante.

Este serviço de apoio à comunidade é da inteira responsabilidade da minha parte, portanto.

Homens (?) do mundo, da Europa, de Portugal e mais particularmente do Porto e arredores ( amostra significativa que sou forçada a estudar na minha tese ),

Não sei quem vos disse que era boa ideia a técnica do engate negativo, mas andam a ser enganados. Podem sempre limpar o cebo às bimbas, mas fica por aí. O resto prefere ter um one night stand com o candeeiro ou com a cadeira.

Obrigado pelo tempo de antena e que levem com um pinheiro invertido pelo ânus acima. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Não tenho título para isto, é a crise.

Não foi a entrada do novo ano e também não é da sabedoria proveniente da idade ( que isto ainda não é como o leite instantâneo ). Também não acho que seja da pastilha de ecstasy que tomei ao pequeno almoço. Resumindo e concluindo, agora sem direito a sarcasmo e pelo mesmo preço: sinto-me bem ( sem estar dormente ). Sem querer provar nada a ninguém, sem fazer fretes e sem correr a apagar fogos que não são meus. Há um tempo em que é preciso enterrar os restos mais fundo, sem depois ir morbidamente desenterrar parte por ter medo de deixar de sentir o que quer que seja. Ainda tenho um buraco no peito, mal amanhado e remediado com trapos que esvoaçam ( tem dias que é uma corrente de ar insuportável ). Aceito e lanço-me à estrada, daqui a nada é noite e não quero dormir aqui ( logo eu que não gosto do escuro ). Não rogo tantas pragas, talvez pelo tempo me ter ensinado que a melhor é mesmo nem me lembrar de o fazer. 

Esta é a parte subtil para me darem os parabéns ou eu salto da ponte da arrábida.

E já só faltam três passinhos para os 30, o tempo anda a passar um bocado depressa.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Não, isto sou eu sóbria... é só para avisar.

Estava eu com um copo de Champomi na mão quando me assolou uma dúvida avassaladora. Talvez influenciada pela Nervosa, indaguei no âmago da minha alma: como porra é que funciona esta treta de estrear roupa interior? Devia iniciar o novo ano com uma lingerie virgem e perfumada. O que me apoquentou foi ter estreado as cuecas antes da meia-noite. Todo o meu futuro pode estar comprometido. Para 2012 ( é ano do fim do mundo e tal, por isso... ), i'll go comando e ao bater das doze badaladas, vou tentar equilibrar o flute, as passas e brindar, enquanto visto as cuecas novas à frente de quem tiver a alegria de estar na minha presença.

Inícios de 2011

Não pensei no Leonard Cohen nem no jantar do ano passado, não desejei estar noutro lado. Lembrei-me de ti, assim muito ao de leve. Foste o que foste, o que és já não sei e começo a não ter grande necessidade de saber. Era só isto. Não percam o próximo episódio, que pode conter reviravoltas emocionantes! Preview: a heroína snifa uma gamela de coca, volta a usar o mIRC e... pronto.