quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não aconselhado a quem não tenha pachorra para confusão. Em grande escala. Mas tinha de cuspir qualquer coisa, ora porra.

Tentei convencer a minha sanidade mental a voltar mas quer o divórcio. Como diz o Miguel Esteves Cardoso, "se vir um sentimento, como-o". São coisas virulentas e já não tinha uma praga destas há algum tempo. Meti na cabeça que consigo fazer isto, que controlo relativamente bem as alhadas em que me meto. Não deixa de ser verdade. Sou uma valente besta e quando a vida me cruza com espécie semelhante, é tranquilo. Se fosse alguém minimamente normal, tinha azar porque sou marmanja para lixar logo tudo e fazer dela uma besta acabadinha de nascer, off to destroy the world.
É muito mais fácil não criar expectativas, mostrar logo o pior para não dar azo a reclamações. O jogo estava na mesa, agora não te queixes. Não há cá ficarmos vulneráveis, isso é coisa de parolos. Na teoria do bate boca, tudo óptimo. Na prática, o caldo entornou-se. Claro que a probabilidade é seres bom actor e achares que me estás a enrolar sem dar por ela. Não estás, ainda não decidi é cair na esparrela. A verdade é que prefiro pensar assim, que não serás grande espiga. Que és feio, porco e mau. É mais seguro e insisto em tentar não me lembrar de certos pormenores. Apanharam-me desprevenida e isso é meio caminho andado para dar merda. E pior é ter ficado com a impressão que te aconteceu o mesmo. Não ouve a piada fácil na viagem de regresso, nem sequer a troca de mensagens sarcásticas do costume. Silêncio. Não é natural o gato comer-nos a língua. Não se perde uma oportunidade para achincalhar.
Anda meio mundo a foder o outro meio, no sentido literal e figurado. Poucos quebram a corrente. Mas roubando o Manuel descaradamente ( hoje estou com sério ataque de cleptomania ), quero a mensagem ao acordar, a mensagem à hora do almoço, um "estou a pensar em ti" à hora do lanche e um convite para jantar, seguido de sexo escaldante não necessariamente lamechas. Quer dizer, nem sei se quero tanto mas quero parte e não admito isso em voz alta. Se calhar, amanhã já nem quero. Sou uma besta, perdi a espontaneidade deliciosa de me deixar ser vulnerável e amputaram-me o impulso sentimental. A carapaça está cá, o sufoco também. Se me transformei nisto, não posso esperar tréguas do outro lado. Tenho as palavras racionadas e a certeza que as nossas bocas serão um túmulo. Pelo menos, até se encontrarem outra vez.

11 comentários:

  1. J., se lhe mandares a mensagem, ele responde de volta :p.

    Experimenta.

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  2. Don't overthink it. Tu és capaz. Não te esqueças que por debaixo da carapaça dura, está o interior molinho escondido, o que realmente importa :) Não desistas de ti porque o passado foi um grande FDP para ti. A melhor coisa que podes fazer ao passado, e seres por ele também considerada uma "FDP", é investires em ti e não deixares que as oportunidades de ser feliz, ou pelo menos de passar um bom bocado, te passem ao lado. Liberta-te. Vive a vida, não deixes que o passado te defina. E com isto, deixo-me de moralismos existenciais :)

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  3. Às vezes tenho a sensação de que complicamos. O silêncio quebra-se.
    "Tenho as palavras racionadas e a certeza que as nossas bocas serão um túmulo. Pelo menos, até se encontrarem outra vez.".
    Fala por si.

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  4. Ó J., anda aqui à Nervosa que eu explico-te como é que esta merda funciona. Ora, estou-me a ver com uma natureza besta assim, mais coisa, menos coisa, parecida com a tua (temos de ver isso com um copo na mão mulher!). Estava eu a dizer que usei da mesma lógica, sendo que era verdade para mim (reparaste no tempo verbal?). Há quem passe pela nossa vida e nos leve muito (a capacidade de acreditar, a ingenuidade, a vulnerabilidade) mas felizmente também há os que passam por nós e são construtivos. Portanto, podemos até ser umas atrasadas emocionais e pensar que enquanto acharmos que quem está do outro lado tem a cabeça oca e o coração igual, não há expectativas e estamos safas. Mas sabes que há sempre aquele que nos vê para lá da camelice e, como dizes, entorna-se o caldo. É deixá-lo entornar J. que andar de carapaça pesa. Acredita! E há lá coisa melhor do que gostar e ser retribuída? Há lá coisa melhor que um gajo que nos desarme? ;) Não há!

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  5. Desde que não fossilizes. Não podes é fossilizar :):):)

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  6. Anda meio mundo a foder outro mundo, mas depois trocam. ;)

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  7. Pois eu acho que deves exigir tudo a que tens direito... e sexo não se quer propriamente carinhoso. ;)

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  8. Manuel, até pode ser que sim.

    Turtle, obrigado :) Capaz até sou. Não sei é se vale a pena meter-me em grandes arraiais ;)

    Joana, claro que se quebra mas há um tempo para isso e não tenho certezas que seja este.

    Nervosa, não é assim tão simples. Besta com besta. E posso estar a ler mal as coisas. E um dia tem de ser dia e vamos para os copos, mulher. Acho que conseguimos criar uma seita por essa blogosfera fora ;)

    Antígona, não diria tanto... mas quase ;)

    Patife, sem dúvida! ;P

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  9. Vais ver que és capaz ;) Por vezes mais vale não sermos tão frias e cedermos um pouco... o mais importante: seres feliz!!!

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  10. S*, vamos lá ver.

    Gema, obrigado. Ceder é que está a ser complicado ;)

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  11. Tenho para mim... que é mesmo dos feios, porcos e maus que nós gostamos mais. Continua a vê-lo assim :P

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