Não sou ( muito ) tolerante, confesso. Ou melhor, sou capaz de ser mais tolerante com pessoas que não conheço do que com as que conheço ( e me conhecem ). Nunca percebi como é que se aceita golpes fundos e se segue em frente a dizer que foi um pequeno arrufo. Não falo de contratempos ou de algo que não resultou em determinado momento e depois, o tempo tratou de voltar a cruzar os caminhos. Falo de situações que mexem com valores sagrados ( para mim ): respeito, dignidade e confiança. É possível tentar lidar com algumas questões, mas quando surgem fendas é complicado. E não me refiro a relações leves, mas sim àquelas que já assentam num conhecimento profundo e transparente do outro. O amor e a amizade não fazem sentido se não se basearem nisso.
Não sou pessoa de ter muitos amigos e de ser imensamente social. Não sou um bicho do mato, mas quando percebo que alguém não se rege ou tem cuidado com aquelas três palavrinhas.... afasto-me ou mantenho um contacto cordial. Não digo que não arrisque e que, aqui e ali, não vá tendo boas surpresas. No entanto, já não estou em idade de ter de aceitar tudo nem de tentar ser alguém que não sou. E ainda bem. Temos de saber o que queremos e devemos tratar os outros da mesma forma que gostaríamos de ser tratados e isso não garante que façam o mesmo connosco. Nada compra o olhar-nos ao espelho e sentir que não temos vergonha e que a nossa consciência está limpa.
Tenho ouvido muitas teorias de como certas pessoas não sabem fazer melhor e que por isso têm atitudes do arco da velha. Não acredito nisso, é atirar areia para os olhos de quem tem de apanhar os cacos. Só porque alguns são amputados da alma, nestas situações é que fazemos as nossas escolhas, as que nos definem. E temos sempre uma opção, mesmo quando a escolha não foi feita da melhor forma, temos sempre uma voz e palavras. E aí é que mostramos se valemos alguma coisa ou não. A nós e aos os outros.
"What you feel only matters to you. It's what you do to the people you say you love, that's what matters."
Gosto mesmo de te ler. Mesmo, mesmo, mesmo.
ResponderEliminarAdorei, especialmente, a imagem. Fez-me lembrar uma música do Jack Johnson, Bubbletoes, talvez conheças :)
ResponderEliminarAdorei o texto e a frase citada :) *
ResponderEliminarConcordo completamente, principalmente com o ultimo paragrafo.
ResponderEliminarPessoas que não seguem as três palavrinhas não são detectáveis facilmente...mas quando as detecto, não me afasto, ando é sempre com um pezinho atrás. Não se pode facilitar com essas pessoas. Se calhamos de falar demais, está o caldo entornado. Não dá para confiar. :\
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