Por razões que não interessam aqui, hoje entrei num lar. Entre poucas gargalhadas e olhares vazios, algo me chamou a atenção. Um casal com ar ausente, mas de mão dada. Dei comigo a pensar que são estas pequenas coisas que dão sentido aos dias. É isto, o ter uma mão que encaixe na nossa. No fim, é o que conta. Seja de um amigo, da família ou do amor da nossa vida. E andamos distraídos com todas as merdas nos entretantos. Um bom 2013, a contar que sejamos menos cepos.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Técnica infalível para cativar um homem*
Usar um decote, enquanto se corre a segurar um pão de ló. Segundo fontes próximas, em breve recebo um anel. E não é dos vibratórios.
*daqueles assim mais simples, rudes da cidade
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
domingo, 16 de dezembro de 2012
Costumo dizer que faz mais sentido se nos conseguirmos encontrar a meio da ponte. Percorremos distâncias iguais, com dúvidas se as tábuas aguentam connosco e toda a bagagem invisível que pesa nos ombros e no peito. Não é uma corrida. Um até pode ser mais lento, desde que os passos sejam seguros e com a certeza que quer ir ao encontro do outro. E que o que o move é a esperança vã de que o dar a mão a quem chega ou espera vá tornar esta ponte estável.
Não te vou buscar ao teu lado, nunca fui. Percorri a minha metade e fiquei à espera, várias vezes. Creio que da primeira vez, foste tu quem esperou por mim. Era prudente e tu mais impulsivo. Com o tempo, deitei parte da bagagem pelo precipício. Não valia a pena e algum dia tinha de ser. Com tudo o que me podia cansar ou desmotivar ( e era muito ), endireitei os ombros e o peito. Tentei ser nova, para ti e para mim. Só uns arranhões aqui e ali porque, afinal, vivi e tenho marcas de guerra. Agora, essa ponte desfaz-se a olhos vistos. Tantas vezes paralisaste de medo e avancei um pouco para lá do meu limite para te fazer sentir seguro, dar-te a mão. Tantas vezes, cambaleaste e voltaste para trás. Ainda chamei, fiquei parada a ver-te ir e, lentamente, também recuei. Tantas vezes, neste instante, ouvi o meu nome e os teus passos atabalhoados ( que isto das pontes são coisas sensíveis ) para chegar outra vez a mim. Tantas vezes me desequilibrei para dar a volta e ir ao encontro das tuas mãos outra vez. Tantas vezes. Vezes a mais.
Dou por mim, em terra firme, a cortar o que sobra desta ponte. É isto ou cair no precipício.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Aceitam-se donativos, cunhas em instituições psiquiátricas e medicação.
Será possível estar num estado em que me sinto tão raivosa que desfazia alguém? Em que só queria começar a correr sem ter rumo? Em que ia beber uns copos e cantar a plenos pulmões para não me conseguir ouvir a pensar? Em que dava tudo para ter aquele ombro onde me aninhar e ficar calada? Em que me apetece provar a tudo e todos que não me derrotam tão facilmente?
Alguém pegou nos meus sentimentos e os atirou para dentro da Bimby. Esse alguém fui eu, ca burra de merda.
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