No meu filme preferido, há uma cena em que as personagens falam de quando escreviam diários e como o tempo tinha passado e continuavam a ser os mesmos. As circunstâncias podiam ser diferentes mas a maneira de as ver e sentir, o núcleo emocional continuava praticamente igual. Não peguei em velhos cadernos, não lhes senti o cheiro nem as folhas ásperas. Mas na minha memória, há rabiscos, folhas arrancadas, outras manchadas, esquissos em cores quentes e berrantes, cartas sentidas e outras menos sinceras. Revejo os anos e a verdade é que também eu mudei pouco. Mais azeda e mais céptica, mas naquele cantinho bem escondido e quase inconsciente, está a mesma miúda a acreditar que as coisas deviam ser simples. Preto no branco, o cinzento deprime. A que acha que dar não é assim tão difícil e se pergunta por que é que receber é. A montanha que vai a Maomé. A que lê e nunca é lida. A mesma. Igual.
Não sei como me mudar. Tem sido em vão, nem a experiência parece corroer-me esta maneira pateta de sentir. As pessoas esgotam-me.
Se não sabes como mudar, não mudes. Sê tu mesma. Tenta superar-te a cada instante, mas deixa a essência que te faz ser quem és. =)
ResponderEliminar:) (sorriso solidário)
ResponderEliminarNão mudes a tua essência... ninguém é merecedor disso.
ResponderEliminarAs pessoas esgotam-nos. É verdade. Eu fui-me perdendo pelo caminho e dificilmente me voltarei a encontrar. Até porque, sempre que ao longe me vislumbro, tudo fica ainda mais pesado...
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