quinta-feira, 31 de maio de 2012

"A lady just walked by wiggling it... and we're not dead yet", já dizia o Bukowski.

Não posso dizer que os últimos dois anos tenham sido o que esperava. Algures em 2010, tinha alguém que achava que era para vida. Já não tenho. E usando mais uma citação, "não vai haver um novo amor tão capaz e tão maior". Não porque ache que depois disso, tenho de me dedicar a deus pai. Nem por isso. Mas sim, porque não se volta a gostar de alguém como da primeira vez: aquela leveza e inocência própria de quem ainda não está marcado por uma dose de realidade fodida. 
Algures em 2012, o projecto que criei do zero vai morrer. Todo o suor, o sacrifício e luta vão resumir-me a um puzzle desfeito. A um espaço vazio, onde depositei a minha esperança profissional e os meus sonhos. Não acontece só aos outros, bem sei. A crise vai derrubando cada vez mais ideias e negócios. Pensar nisso parece arrancar-me as entranhas. Olho para as paredes e lembro-me de as pintar, de passar dois dias a criar o que se iria tornar na imagem de marca do espaço, de andar de cu para o ar a encerar o chão e muito mais que nem vou mencionar. Esta derrota é mais funda porque é minha. Não trabalhei na horta do Zé Nando ( nada contra )... Eu fui ( ainda sou ) um Zé Nando que criou as suas próprias nabiças. Elas não singraram e depois de 4 anos... Vou ter de eutanasiar o meu sonho. Uma grande parte de mim vai ter de morrer e só eu é que posso acabar com tudo. 
Dizer que estou perdida é a mais pura verdade. Este era o ano em que tinha esperanças que tudo se alinhasse e juntamente com as "nabiças", pudesse arranjar um canto para mim. Portanto, 2012 - bintóito. Josefa - zero.  Não sei muito bem como raio é que dou a volta a isto. Mas dou por mim a olhar para o lado e ver casos bem piores. E foda-se, se não conseguir, também saí-me cá uma valente merda. Está um dia do catano e eu que nunca fui dada a deprimices, não vou começar agora. 

4 comentários:

  1. Eu estou na mesma, sinto-me exactamente como tu. Este ano está a ser uma merda...

    Mas é como dizes, está um dia do catano e vamos ver se isto melhora por algum lado.

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  2. Minha querida,

    quanto a isso dos amores e dos primeiros é que são os bons, maravilhosos e depois não dá, esquece. É mentira. Os primeiros amores, esses em que achamos amar mesmo à séria, para a vida, para sempre venha o que vier, e que depois nos destroçam o coração e o amargam eternamente, são rapidamente substituídos por outros, quando claro, estes outros aparecerem.

    Garanto-te (e que me apodreçam os mindinhos, se for mentira) que vais encontrar alguém de quem vais gostar ainda mais e, ao contrário do que pensas, vais baixar na mesma as defesas e entregar-te. E se for mesmo para a vida vais sentir e vais perceber que o medo da dor e do desgosto te vão abandonando aos poucos.

    Quanto ao resto, muita força. Só não eleva castelos quem não os tenta construir. A vida é feita de quedas e tropeções, o sucesso, se fosse fácil, não tinha graça nenhuma. Vai em frente, ânimo!

    Beijinhos!

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  3. No ano passado estava mais ou menos assim. Este ano, estou como sabes. Agarrei-me com unhas e dentes a uma aventura que teve muitos obstáculos mas que tem valido muito a pena. Eu acho que o que é nosso está guardado mas para alguns tudo se consegue apenas depois de doses descomunais de esforço. É o meu caso... será o teu também. Mas do que sei de ti, vais conseguir. E depois vamos para os copos!

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  4. querida, não desanimes. fecham-se portas, abrem-se janelas! o importante é nunca desanimar nem baixar os braços!
    beijinhos

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